Líderes e Liderados: Quais são os seus tipos de liderança?
A análise da liderança de uma equipe sempre é muito complexa, considerando a diversidade de competências que os líderes e seus liderados possuem na era digital. Onde as inovações surgem diariamente e colocam todos em rotinas de adaptação a novas tecnologias e novos modelos de negócios, alterando o fluxo de informações intra e entre setores.
Diante dessa diversidade estrutural, existe a diversidade de habilidades, e de competências a serem desenvolvidas. E a pergunta que precisa ser feita é… Quem está preparado para trabalhar com pessoas dotadas de super habilidades e competências a serem desenvolvidas, com tantas mudanças ocorrendo constantemente?
Seguindo essa linha, os conceitos de liderança podem ser vistos sob diferentes perspectivas e assim, gerar diferentes compreensões quando consideramos o período de desenvolvimento laboral combinadas com as diferentes necessidades dos trabalhadores e seus líderes nesses diferentes períodos, questões de gênero, regiões e suas culturas, entre outros fatores. Também podemos analisar sob a perspectiva de quais são os objetivos de uma liderança. Pode ser um profissional que gerencie e motive os seus liderados, como também, pode ser um profissional que tenha no seu foco, o monitoramento do desempenho de seus liderados e seus resultados. Como também pode ser a união desses diferentes objetivos e de outros também.
Para aprofundarmos a análise do conceito de liderança, Jussara Jéssica Pereira, Carolina Machado Saraiva e Ana Flávia Rezende (2023), apresentam um Esquema que reflete o processo crítico de liderança a partir de suas virtudes, conforme representado na Figura 1.
Figura 1 – Esquema que reflete o processo crítico de liderança a partir de suas virtudes.
Nessa perspectiva, a proposta de abordar esse tema em ambiente corporativo se faz a partir da necessidade de desenvolvimento das competências de líderes que auxiliem na formação de profissionais. Superando a perspectiva tradicional de comando e monitoramento.
Quando consideramos que os líderes estão em constante desenvolvimento, estes podem, da mesma forma, orientar os liderados para seguir essa rotina, pois também poderão se tornar novos líderes e multiplicadores.
Nesse sentido, o estudo realizado por Eloni dos Santos Perin, Maria do Carmo Duarte Freitas e Taiane Ritta Coelho (2023), a respeito das Categorias de Competências de Docentes Digitais, auxiliam na identificação da direção que líderes podem seguir para alcançarem melhores resultados para todas as pessoas envolvidas, conforme segue na Figura 2.
Figura 2 – Categorias de Competência de Docentes Digitais
Nessa trilha de análise da liderança corporativa, para construir essa proposta de formação de líderes, apresento o estudo sobre Liderança disruptiva: Habilidades e competências transformadoras para liderar na gestão do amanhã, dos autores Sandro Magaldi e José Salibi Neto (2022). Neste estudo, os autores apresentaram 8 tipos de lideranças e suas características, conforme segue no Quadro 1, apresentado a seguir:
Quadro 1 – Tipos de Liderança e suas Características, segundo Magaldi e Neto (2022)
Com esses estudos podemos nos perceber com mais habilidades em detrimento de outras, mas podemos também indagar que muitas dessas habilidades são percebidas nas atitudes de diferentes líderes, os quais precisam se desenvolver em acordo com as situações que surgem em suas rotinas de trabalho.
De maneira geral, seria muito limitada e superficial a definição única de características ou tipo de liderança para os líderes que trabalham em diferentes áreas de produção e de serviços, visto que existem diversas variáveis que esses profissionais precisam superar para se manterem em suas funções.
No entanto, sob a perspectiva de liderar o desenvolvimento da equipe para alcançarem melhores resultados a partir do desenvolvimento das habilidades e virtudes dos líderes, apresento a proposta de análise sob a perspectiva de um líder que desenvolve seus liderados.
Além das habilidades de seus liderados, é importante saber se o liderado quer desenvolver as habilidades e em qual ritmo. Considerando a teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner (1995), os liderados também apresentam inteligências que podem ser desenvolvidas. Mas eles querem desenvolver? Em qual ritmo? E como o líder consegue apresentar os resultados que nós, clientes, desejamos receber com essas variáveis surgindo no seu cotidiano?
Em certas circunstâncias muitas pessoas dizem que sim, e inclusive querem receber mais atividades, pois se sentem ociosos. Porém, quando recebem mais atividades, se sentem sobrecarregados. E diante desses exemplos, encontramos outras variadas situações que tem origem na falha ou falta de comunicação.
A partir dessas situações, proponho uma análise das habilidades e competências dos colaboradores e líderes em conjunto, condicionando o desenvolvimento da habilidade de comunicação e ao Esquema de Virtudes, apresentado na Figura 1.
As pesquisas não direcionam para a exclusividade de uma característica única de liderança ou mesmo habilidades e competências de educadores. E se analisarmos a rotina dos líderes, cada atividade e responsabilidade assumida exige um perfil de linha de raciocínio para a tomada de decisão. Desta forma, cabe a cada profissional se autoavaliar a respeito de qual papel se sente mais desafiado para executar, e ao identificar as características, habilidades e competências que apresenta maior dificuldade, procure avançar no seu aperfeiçoamento.
Para auxiliar nessa auto análise, apresento o quadro de Análise Vícios e Virtudes nas características, habilidades e competências educacionais, as quais representam as virtudes de um líder, e que não são poucas. Contudo, podemos seguir essas diretrizes para o aperfeiçoamento contínuo, podendo auxiliar na percepção a respeito de quais são as características, habilidades e competências educacionais que precisam melhorar para alcançar melhores resultados no desempenho como líder.
Quadro 2 – Análise de Vícios e Virtudes
Considerando que o VÍCIO significa não praticar ou praticar eventualmente, podemos mudar esse hábito. Quando identificamos nossas dificuldades, podemos melhorar nosso desempenho em cada uma delas. As características, habilidades e competências, quando usadas para o bem, elevam o diferencial dos profissionais em nível exponencial. O que nos surpreende, pois deveria ser algo muito comum em nossas rotinas diárias.
Nesse sentido, caminha o processo de inclusão. Já que o mesmo depende muito da empatia e disposição para colaborar com o próximo. Nessa rotina, a habilidade de comunicação, por exemplo, é muito importante para todas as empresas e relacionamentos pessoais. No entanto, poucas pessoas já perceberam que a qualidade técnica da comunicação ocupa apenas 50% dessa demanda. Ficando os outros 50% para os valores éticos. Isso pode ser observado em todas as características, habilidades e competências. Use para o bem comum, pois fará muito mais sentido para quem receber a informação, construindo uma rede de relacionamentos positivos ao longo de sua vida, considerando que as vezes, não são as características, habilidades ou competências que não combinam entre os líderes e liderados, mas sim, os valores.
Rejane Bressan, 2024.
REFERÊNCIAS
FREITAS, M.C. D.; KEMCZINSKI, A. ; SERNA, M. C. L. ; MOYA, J.J.M. ; SILVA, H. F. N. . E- rúbrica: una estrategia didatico-pedagogica para evaluar asignaturas en la modalidad la distancia como alternativa para flexibilizar Curso de Grado. In: Congreso Internacional sobre evaluación por competencias mediante erúbricas, 2012, Málaga – Espanha. Congreso Internacional sobre evaluación por competencias mediante erúbricas. Malaga: Universidade de Malaga, 2012.
JUNIOR. R.L. O exercício profissional em engenharia: panorama da regulação e da fiscalização do exercício profissional da engenharia, arquitetura e agronomia no Brasil. Capitulo III Trajetória e estado da arte da formação em Engenharia, Arquitetura e Agronomia – volume I: Engenharias / Organizador: Vanderlí Fava de Oliveira. – Brasília : Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, 2010.
GARDNER, Howard. Inteligências Multiplas. A teoria na prática. Editorial Penso Editora, Tapa Mole, Edición 1ª Edição. 1995.
MAGALDI, Sandro e NETO, José Salibi. Liderança disruptiva: Habilidades e competências transformadoras para liderar na gestão do amanhã. Editora Gente. 2022.
MENDES, T. C. P. Responsabilidade social na prática e no direito societário brasileiro: Origem, razões e limites. Boletim conteúdo Jurídico. 2005. Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/43469/responsabilidade-social-na-pratica-e-no-direito-societario-brasileiro-origem-razoes-e-limites
PEREIRA, Jussara Jéssica, SARAIVA, Carolina Machado e REZENDE, Ana Flávia, Teorias tradicionais de liderança a partir de uma perspectiva crítica. READ – Revista Eletrônica de Administração. 2023,. Disponível em https://doi.org/10.1590/1413-2311.390.123685
PERIN, E. S., FREITAS, M.C. D. e COELHO, T.R. Modelo de competência docente digital: revisão bibliométrica e de literatura. EDUR Educação em Revista. 2023; 39:e35344 DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0102-469835344.